Estado da solidão

entortamos os afetos até que se calem.
o silêncio ao amor,
e a tudo que pode ir embora
pois as coisas terminam e cabe ao término a justificativa de nunca começar de fato.

tudo que é temporário vale menos, ou mais?
“vai passar, sempre passa”
mas há sempre o paradoxo da intenção

quem enfim, para acompanhar?
comer sozinho é fato corriqueiro, não evento que se ritue
companhia já mora longe demais de uma mesa compartilhada
não há pão ou corpo para se dividir. compremos.

I-Thou, cada vez menos encontro e cada vez mais filosofia
nao amar o outro, mas a si próprio.
si sem outro é resto e não cabe reconhecimento meio amado.

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