fiz como bem quis, ou quiseram, minha vocação
vocal
falar ou juntar palavras
desvergonhar o humanismo,
desumanizado quando dentro.
O que é o que é
é desumano quando para dentro
mas humano para fora?
Solidão solta
comunhão raivosa adentro
a ironia: mal sabíamos da ordem das coisas
Mas saltamos ao caos
Cães e esgotos e poços
Porque ninguém diz o já falado?
Está escrito nos rostos todos, no teu.
Bystander effect, modus operandi
Que ridículo, apenas na desconstrução de tudo
Me venho com versos construídos tentar justificar.
Sofrer, sofre(mos)
Todos sofrem, poucos cosofrem
Cosentir tensiona mas não se conquista como Palavra.
Para que cofre, preciosar?
Só é valioso o que foi para fora e tocou algo.
Sem-matéria, tão-Real!
o Outro importa mais que teu apetite por proteção de livre arbítrio
A Unidade é falsa e só serve no Conjunto
Confusão!?
Morria-se a Pátria, idiotice
Morria-se a própria Pátria, idiotice
Não morre-se a Nada, mas se jura de joelhos que é importante, Unicamente e inegociavelmente importante para si.
Precioso, preciosíssimo
Guarda adentro, não entreguemos nada.
Vai tudo embora. a criança pega o Sorvete e tenta guardá-lo, mas o tempo o derrete em suas pequenas mãos. uma ilusão qualquer.
Se tinha tão pouco no começo, quanto no final.
Mal digerido.
Porque? Erro ao questionar, mas me pego errando.
Ruminação.
Mais um do Indivíduo!
Até a mais odiosa culpabilização é tentativa de apego
Mexa-se, por mim, em nome de Tudo.
Ninguém se mexe,
Senão ao projeto de Si.
Juntam-se os bandos, falsifica-se o Coletivo para coletar vitórias próprias.
Suba ao palanque um só,
Orgasmos.
Me verborragio, um erro
As desconexões da fala são tão desconexas quanto as da humanidade já tão pouco assumidamente compartilhada.
Secreto.
Me encontro no Sagrado.
Sacro apenas nós, indivisível.
Juntos.
Me visto de Papai Noel, ninguém vem a Ceia.
Fui de encontro, ela nunca veio.
Ainda que se finja de morto, só importará o que estiver em lápide.
A morte só vale pela vida, ou o contrário.
Mas até na sozinha morte, só existe como Coisa enquanto houver testemunha contando história.
Não podemos fugir ao Sacro.
Desconexo. O próprio Quantum infinito inerente ao átomo.
O inseparável eu, o nós. A primeira pessoa do plural.
A gente. Gente como a gente. Mas não o estranho qualquer, imaginado.
Na tua frente.
Ninguém para. Até arrisca-se olhar, mas sem ouvidos: a evolução.
Disparadamente: muitos versos, e tão pouco amor.
Tão pouco amor.