andarilhos.

a sopa sempre esfria
devemos então, esquentá-la, jogar fora e buscar outra
ou simplesmente abraçar o frio?

renunciamos o eu-tu, pelo nós todos?
ou pelo eu-outro?

andarilhos de um mundo distímico,
onde nada se sente nas passagens.
continuamos andando a sua mercê,
ainda que as lágrimas venham no vazio solitário?

medo do pouco
ou do muito?
medo do status quo!
quando tudo se mantém repetindo,
aceite, bebendo teu próprio veneno
e então sorria ao minúsculo.
nada grande, para quem sempre busca
crescer.

os traumas aguçam meus enganos,
despercebidos passam
e eu me refaço, passo-a-passo.
na vida, não se tem tutorial.

vou então, abraçar o frio,
que é fadado.
meus traumas desfaço,
andarilho agora descalço,
é tudo um acaso, devo perceber.

ando onde for, sou nós
e no meu próprio veneno
descubro o que está depois,
e então, um novo frio
esquenta.

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