qualquer coisa em demasiado
faz mal.
eis a lei de ouro.
mas o equilibrio
lhe protege.
apenas lhe protege.
quando queremos o intenso
o surreal
transcendente.
aquilo que você não sabe dizer o que é
mas come seu corpo inteiro
e tudo está em chamas.
tudo brilha
e há vida na vida.
da-se vida à vida.
aí, o equilibrio não nos serve.
a dor que venha.
imploro por ela.
a intensidade em seu pico
é maravilhosa.
Talvez (1)
“Talvez não ser, é ser sem quem tu sejas,
sem que vás cortando o meio com uma flor azul (2),
sem que caminhes mais tarde pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão que, talvez,
outros não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia como a origem vermelha da rosa, sem que sejas, enfim,
sem que viesses bruscas, incitante conhecer a minha vida, rajada de roseira,
trigo de vento,
e desde então és sou e somos
por amor serei…serás…seremos”